Cavalhadas de Taguatinga: Tradição Secular e Patrimônio Cultural em Risco
Por Professor Edilson Rocha
Cavalhadas de
Taguatinga: Tradição Secular e Patrimônio Cultural em Risco
Taguatinga, município localizado no sul do Tocantins, mantém viva uma das
tradições culturais mais antigas do Brasil: as cavalhadas. O evento, que
remonta a 1936, encena a batalha entre mouros e cristãos, inspirada nas
festividades medievais trazidas pelos colonizadores ibéricos. No entanto,
apesar de sua importância histórica e cultural, a continuidade dessa
manifestação enfrenta desafios e exige esforços para sua preservação.
Uma
festa de fé, cor e tradição
As cavalhadas de Taguatinga são um espetáculo de cores e simbolismo. Os
participantes, divididos entre cristãos (de azul) e mouros (de vermelho),
montam seus cavalos e reencenam batalhas em um campo especialmente preparado
para o evento. Além da representação, a festividade inclui a alvorada — um
cortejo que percorre as ruas da cidade — e um café matinal oferecido pela
madrinha do evento, reunindo cavaleiros, autoridades e a comunidade.
A tradição, porém, passou por interrupções ao longo das décadas, sendo retomada
posteriormente por iniciativa de moradores e organizadores. Essa retomada,
chamada de "segundo ciclo" pelos participantes, reforça o forte
vínculo da população com a festividade.
Memória e resistência cultural
Grande parte do conhecimento sobre as cavalhadas de Taguatinga foi preservada
por meio da oralidade. Ex-participantes, como reis, rainhas, cavaleiros e
madrinhas, foram fundamentais para resgatar detalhes da celebração. Para
muitos, a festa é mais do que um espetáculo: representa identidade, fé e
pertencimento.
"É uma tradição que passa de geração em geração. Desde criança, via meu
avô participar, e hoje meu filho também faz parte", conta um dos
cavaleiros que participa do evento.
Taguatinga é a única cidade do Tocantins que ainda mantém essa prática. No
passado, outras localidades, como Porto Nacional e Aruanã, também realizavam
suas cavalhadas, mas a tradição se perdeu ao longo do tempo.
Desafios para a preservação
Apesar do valor cultural, a realização das cavalhadas enfrenta desafios, como
falta de apoio financeiro e dificuldade na mobilização de novos participantes.
Além disso, a modernização da sociedade trouxe mudanças na forma como a festa é
realizada, incorporando novos elementos ao longo dos anos.
Especialistas destacam a necessidade de reconhecimento das cavalhadas como patrimônio cultural imaterial, o que garantiria proteção por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). "Esse reconhecimento pode trazer mais visibilidade e apoio institucional para manter viva a tradição", explica um pesquisador da área.
O futuro das cavalhadas
Para que a tradição das cavalhadas em Taguatinga continue, é fundamental que a
comunidade e o poder público unam esforços na busca por políticas de
preservação. Incentivos culturais, programas educativos e registros históricos
são algumas das estratégias que podem garantir a perpetuação desse patrimônio
para as futuras gerações.
Enquanto isso, os moradores seguem celebrando com orgulho um evento que, ano
após ano, reafirma a identidade e a riqueza cultural da cidade. A cada
cavalaria que avança pelo campo e a cada espada erguida em batalha, renova-se a
história de um povo que resiste em manter viva sua tradição.
Cavalhadas de Taguatinga:
1. Em que ano as Cavalhadas de Taguatinga
tiveram início?
A) 1936
B) 1948
C) 1855
D) 1834
2. Qual é a principal inspiração para as
Cavalhadas de Taguatinga?
A) Festividades indígenas
B) Festividades medievais
trazidas pelos colonizadores ibéricos
C) Festas religiosas locais
D) Tradições africanas
3. Quais são as cores que representam os
cristãos e os mouros nas Cavalhadas de Taguatinga?
A) Verde para cristãos e amarelo
para mouros
B) Azul para cristãos e vermelho
para mouros
C) Branco para cristãos e preto
para mouros
D) Roxo para cristãos e laranja
para mouros
4. O que ocorre durante a alvorada nas
Cavalhadas de Taguatinga?
A) Batalhas entre cristãos e
mouros
B) Apresentação de danças típicas
C) Um cortejo que percorre as
ruas da cidade
D) Um concurso de fantasias
5. Quais são alguns dos desafios enfrentados
para a preservação das Cavalhadas de Taguatinga?
A) Falta de apoio financeiro e
dificuldade na mobilização de novos participantes
B) Concorrência com outras festas
populares
C) Falta de interesse da
comunidade
D) Problemas climáticos que
impedem a realização do evento
6. Qual é a importância do reconhecimento das
Cavalhadas como patrimônio cultural imaterial?
A) Atrair mais turistas para a
região
B) Garantir proteção e apoio
institucional por parte do IPHAN
C) Promover a economia local
D) Aumentar a visibilidade da
cidade nas mídias sociais
GABARITO
1. A) 1936
2. B) Festividades medievais trazidas pelos
colonizadores ibéricos
3. B) Azul para cristãos e vermelho para mouros
4. C) Um cortejo que percorre as ruas da cidade
5. A) Falta de apoio financeiro e dificuldade na
mobilização de novos participantes
6. B) Garantir proteção e apoio institucional por
parte do IPHAN
ANÁLISE ECONÔMICA
DE TAGUATINGA: DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Por Professor Edilson Rocha
Taguatinga apresenta um
cenário econômico desafiador, com forte dependência de receitas externas e um
PIB per capita abaixo da média estadual. Os dados mais recentes revelam a
necessidade de estratégias para impulsionar o desenvolvimento local, tornando a
economia mais dinâmica e sustentável.
PIB Per Capita: Um Indicador Modesto
Em 2021, o PIB per capita do município foi de R$ 18.758,26, um valor que o
coloca na 97ª posição entre os 139 municípios do estado e na 3.285ª
posição entre os 5.570 municípios do país. Esse indicador revela que a renda
média gerada por habitante ainda é baixa em comparação com outras localidades.
A economia de Taguatinga ainda depende, em grande parte, de setores
tradicionais, como agricultura, comércio e serviços públicos. A falta de
diversificação produtiva limita o crescimento econômico e a geração de empregos
mais qualificados, o que impacta diretamente na renda da população.
Dependência de Receitas Externas
Em 2023, 83,4% das receitas do município vieram de fontes externas, como
repasses estaduais e federais. Esse percentual indica que a economia local tem
baixa arrecadação própria e depende significativamente de transferências
governamentais.
No ranking estadual, Taguatinga ocupa novamente a 97ª posição, enquanto no
ranking nacional está na 3.316ª posição. Esse dado acende um alerta para a
necessidade de maior autonomia financeira, seja por meio da ampliação do setor
produtivo ou do fortalecimento da arrecadação local.
Receitas e Despesas: Equilíbrio Fiscal?
O município apresentou em 2023 um total de receitas realizadas de R$ 70,57
milhões e despesas empenhadas de R$ 64,62 milhões. Isso significa que, ao
menos nesse período, as contas públicas demonstraram certo equilíbrio, com
receitas superando as despesas.
No cenário estadual, Taguatinga ocupou a 15ª posição em receitas e a 16ª em
despesas entre os 139 municípios. Nacionalmente, ficou nas 2.592ª e 2.629ª
posições, respectivamente.
Apesar do saldo positivo, o alto percentual de receitas externas mostra que
esse equilíbrio pode ser frágil, pois depende de políticas e repasses de
instâncias superiores.
Perspectivas e Soluções para o Desenvolvimento
Para reduzir a dependência de recursos externos e melhorar o PIB per
capita, algumas estratégias podem ser adotadas:
Incentivo ao empreendedorismo local, criando programas de capacitação e crédito para pequenos
negócios.
Diversificação da economia, atraindo investimentos para setores como indústria e tecnologia.
Aprimoramento da gestão fiscal, melhorando a arrecadação sem aumentar a carga tributária
sobre a população.
Melhoria na infraestrutura, tornando o município mais atrativo para novos negócios e investidores.
Valorização da economia rural, com incentivos para a modernização da produção agrícola.
A economia de Taguatinga precisa de investimentos estratégicos que promovam a
geração de empregos e renda, garantindo um crescimento sustentável no longo
prazo. O desafio está na busca por um modelo econômico mais independente e
dinâmico, capaz de fortalecer a cidade sem depender exclusivamente de repasses
externos.
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