SENSO COMUM FILOSOFIA AULA 03
Senso comum e senso crítico
Ao passo
que há uma certa complementaridade entre Filosofia, ciência e
senso comum, visto que as duas primeiras partem deste, parece não haver ligação
entre senso comum e senso crítico. Enquanto no senso crítico prevalece a
desconfiança, o ceticismo, a crítica e a análise; no senso comum prevalece a
aceitação do conhecimento dado e repetido.
Um cientista ou
um filósofo pode partir do senso comum, desde que tenha uma visão crítica
daqueles elementos que está analisando. Nesse sentido, permanecer no senso
comum é estagnar, enquanto adotar uma visão crítica (ou um senso crítico) é
avançar rumo a um conhecimento mais profundo.
Cultura e senso comum
A cultura é
o principal elemento constituinte do senso comum (afirmação que também se
evidencia na sua forma oposta, pois o senso comum é um dos principais elementos
da cultura). Nesse sentido, senso comum e cultura são elementos complementares.
As afirmações
propostas pelo senso comum acabam tornando-se elementos culturais, na medida em
que a repetição as tornam verdadeiras. A cultura popular está cheia de
elementos do senso comum. Temos, por exemplo, a afirmação causal “se pegar
friagem, ficará gripado”. Essa afirmação, repetida, geralmente, pelas pessoas
mais velhas, não é necessariamente verdadeira, mas enraizou-se em nossa cultura
pela repetição.
Exemplos de senso comum
Podemos elencar
vários exemplos de senso comum. Alguns deles
estabelecem nexos causais (não necessariamente verdadeiros),
outros dizem respeito a valores sociais. O fato é que o
conhecimento de senso comum adquire validade mediante repetição.
Tomemos como
exemplo uma pessoa que sente algum tipo de dor óssea crônica. Essa pessoa
observou que sempre que a dor ficava mais aguda, chovia ou o tempo era tomado
por uma frente fria. Não há um nexo causal necessário e nem elementos
científicos que liguem a dor à chegada da chuva ou da frente fria, mas essa
pessoa passa a dizer, por força da repetição de experiências, que “quando
a dor chega, é sinal de que vem chuva ou frio”.
Outro exemplo
pode ser encontrado nas plantas medicinais. Por milênios, o ser
humano busca se tratar de mazelas por meio de plantas e outros elementos da
natureza. Ao descobrir que o peumus boldus (conhecido como boldo) é
uma planta com propriedades que estimulam a digestão e desintoxicam o sistema
digestório (descobriram isso pela observação e pela repetição),
passaram a utilizá-la como planta medicinal.
Na sabedoria popular, apenas
o senso comum atesta essa relação, porém, estudos farmacêuticos já
comprovaram a eficácia do boldo para tratamento de indigestões e
intoxicações, o que resultou no desenvolvimento de fármacos à base da planta.
As ideias comuns
de que mulheres são frágeis, que asiáticos são mais inteligentes, que
muçulmanos são terroristas ou que índios são indolentes também são exemplos de
conhecimento de senso comum, mas não têm qualquer indício de validade e são
afirmações preconceituosas.
Por Francisco
Porfírio
Professor de Filosofia
Professor de Filosofia
Questões senso comum e senso critico;
01. Relacione o senso comum do
senso critico.
02. Dê exemplos de senso comum
que está enraizado em nossa cultura.
03. Relacione conhecimento do
senso comum que foi comprovado pela a ciência.
04. Identifique preconceitos
gerados pelo o senso comum na atualidade.
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